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02:59:00
Este Natal vai ser bem diferente para as viúvas e filhos dos cristãos coptas assassinados pelos terroristas do Estado Islâmico na Líbia no início deste ano. Ainda estremecemos ao nos lembrar das imagens dos 21 cristãos vestidos de laranja à beira do mar… Aquela peregrinação rumo ao martírio está gravada na memória não só de todos os cristãos, mas de todo o mundo, independentemente de sua fé ou falta dela.

Uma delegação da fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre visitou recentemente os filhos dos mártires na sé episcopal de Samalut, a 250 quilômetros do Cairo.



O bispo, dom Paphnutius, é o anfitrião e pede para falar com as crianças. O que chama logo a atenção é a serenidade com que os meninos falam de seus pais. Seus rostos se entristecem de saudade, mas estes órfãos, alguns de apenas cinco anos de idade, estão orgulhosos do que seus pais fizeram. Os pequenos quase não pronunciam palavra alguma: olham para os seus irmãos maiores e para o seu bispo. Só assentem com a cabeça. Quem toma a palavra é Ingry Tawadros, de 14 anos. Ela está sentada junto aos seus dois irmãos pequenos.



Olá, Ingry! Quem era o seu pai?

Meu pai se chamava Tawadros Youssef Tawadros. Ele era um grande trabalhador e um bom pai.

É um nome muito cristão…

Sim. E ele teve muitas dificuldades na Líbia porque o nome dele é fácil de reconhecer como cristão. Eles pediram muitas vezes para ele mudar de nome, mas ele nunca quis. Meu pai dizia: “Quem troca de nome acaba trocando de fé”.

Como a sua família e a sua comunidade viveu o sequestro do seu pai e dos companheiros cristãos dele?

Nós rezamos durante 40 ou 50 dias para que eles não renegassem a fé. Até o fim eles invocaram o nome de Jesus.

O que você aprendeu do testemunho do seu pai?

Eu quero que saibam que eu tenho orgulho do meu pai! Não só por mim e pela minha família, mas porque ele honrou toda a Igreja. Nós estamos muito orgulhosos porque ele não renegou a sua fé e isso é maravilhoso. Além disso, nós rezamos pelos assassinos que mataram o meu pai e os companheiros dele, para que eles se convertam.


Ingry não quer falar mais, e não é necessário. Já está tudo dito.

Começam a escapar lágrimas dos olhos das crianças pequenas. “Meu pai está no céu”, assegura outra das menininhas do grupo. “Mas eu estou triste porque ele está tão longe… Eu tenho saudade!”.

Seu bispo conclui: “Desde sempre, a Igreja sabe que o sangue dos mártires é semente de novos cristãos. Este caso não é diferente. De Alexandria até Assuan, em todo o Egito se reforçou a fé dos cristãos”.

Fonte: aleteia